segunda-feira, 28 de abril de 2014

Festa infantil... Socorro!!!

Toda mãe de outro mundo sabe: festa infantil virou sinônimo de sofrimento. Eu não sei em que momento da história, o aniversário dos infantes virou um mega evento social barulhento, insalubre, engordurado e cheio de açúcar, corante e animadores sob efeito de metanfetamina.

Não quero parecer saudosista... Mas aquelas festas com o bolo meio torto da tia, o incomparável brigadeiro da mamãe e aquela deliciosa torta de frango da vovó não eram espetaculares? O teatro de fantoches improvisado pelas primas mais velhas, abrir o presente na hora e até se decepcionar por ser um pijama, por que não?

Hoje, ao invés de cheiro de bolo e doce pela casa, a preparação inclui um banho, uma roupa nada confortável para brincadeiras (e que será trocada pouco antes do parabéns), entrar no carro e se dirigir para o buffet. Mais ou menos o mesmo ritual dos convidados, só que estes não precisarão trocar de roupa antes do parabéns, que é o momento superstar único e exclusivo de sua celebridade, o aniversariante!

O terrível momento em que abro a agenda da escola e me deparo com aquele convitinho... Ai, ai, ai! Só muda o personagem. O resto é tuuudo igual: uma mesa com caixinhas estilo provençal, tubetes cheios de balas coloridas (nas cores da festa, claro!), latinhas de bala com um adesivo com a foto ou pelo menos o nome da criança, guloseimas horríveis (sério, gente... Como um ser humano consegue comer aqueles marshmallows? Aquilo deve garantir uns 15 tipos de câncer na vida adulta), personagens meio disformes espalhados ao redor, muito grito, muita música nada a ver, muita briga entre as crianças superexcitadas...

Sábado passado sofri uma dessas. Tive de explicar algumas vezes pra minha filha quem era quem (sem saber os nomes) na família de porquinhos... Ela não conseguia distinguir o pai, da Peppa, do irmão... Um mimo de trabalho em papel marché!

Com uma barriga de 7 meses e meio de gravidez, tinha de subi-la toda vez que ela queria descer no escorrega do castelinho, que estava sem escada. Tirei-a em pânico da piscina de bolinhas, quando dois meninos educadíssimos começaram a chutar, gritar, simular uma luta... Bem propício para um espaço de 2x2m, com uma menina de 2 anos lá dentro. E os pais assistiam divertidos!

Nem sei quantas vezes respondi de quantos meses estou e que, sim, estou animada. Não, desculpa, eu sinto muito... Meu parto não foi normal! Mas me auto-flagelo todas as noites por isso, não se preocupe! Não, ela ainda não toma refrigerante. Não, prefiro que ela não coma mais bala, pois excesso de açúcar deixa a criança muito agitada. Sim, eu sei que é festa, mas o organismo dela não muda o funcionamento por isso.

Uma hora e meia, foi o tempo que aguentei! Saí exausta. A pequena também, embora dizendo "gostei muito dessa festa, mamãe!" - motivo pelo qual ainda a levo. 

Bizarro costume esse, né? Ainda saímos com um monte de coisas com a foto do aniversariante, que nunca vamos usar, um  monte de guloseimas e embalagens que vão pro lixo e uma estranha sensação de dever cumprido.

Alguém ainda lembra o sentido de festa, confraternização, celebração, diversão? 

Tchau! Obrigada pela presença e pelo presente. Espero que tenha gostado... Fizemos (pagamos, ao custo de nossa viagem em família) com muito carinho!

domingo, 27 de abril de 2014

Saudações, povo da Terra!

Sob o risco de estragar a importante e valiosa missão do povo de Yorke, segredo há muito guardado, revelo aqui minha identidade: sou uma mãe de Yorke.
Escrevo nestes cadernos a fim de descobrir mais seres do meu planeta. Tem sido tarefa difícil viver quase isolada neste mundo!
Por algum motivo, fui humanizada e vivi até há pouco sem saber minha origem, só descoberta após a maternidade. Vou descobrindo intuitivamente sobre as características dos seres de Yorke. Do que pude deduzir até o momento, estamos programados para viver num mundo ideal. Inevitavelmente criamos nossos filhos para viver neste mundo ideal, o que nos destoa da humanidade. Isso gera dificuldades, situações inusitadas, estranhas e por vezes engraçadas, que passo a relatar aqui, na esperança de encontrar outros pais e mães de Yorke.
Temo tentar contato com nosso líder, que já consegui identificar: Thom Yorke. Também já identifiquei outros seres de Yorke, que se destacam e parecem ser apenas humanos superiores, por suas ações que transformam e tentam fazer deste pretensioso - mas com grande potencial - planeta azul, um mundo ideal!
Minha primogênita tem apenas 2 anos, 3 meses e 17 dias de nascida, mas já acumulei muitas histórias de desventuras de uma mãe de Yorke. Vem comigo!