quinta-feira, 1 de maio de 2014

Aaaaahhh... Nada como um tempo ao ar livre com os pequenos gafanhotos, né?

Aí você planeja aquela manhã/tarde deliciosa, em família, no parque ou praça. E tá lá, observando com orgulho as aventuras e aprendizagens que só brincadeiras ao ar livre proporcionam aos pequenos gafanhotos...

De repente, BOOM! Do nada surge uma mãe ao seu lado. Você já sabe - lá vem aquela frase genérica recheada de sabedoria popular sobre a beleza de crianças brincando ou sobre como eles são incríveis nesta fase (seja qual fase for!).

Você dá aquele sorriso amarelo e volta, de novo, a atenção para o seu pequeno gafanhoto. Mas ela tenta de novo: pergunta a idade e se mostra surpresa com o desenvolvimento de sua criança. Pronto. Começam as comparações. A mãe pavoa abre sua cauda e mede com a sua, que tá fechada... Você só quer aproveitar aquele momento com seu filho, mas ela insiste em saber quando sua criança andou, falou, comeu sozinha, foi pra escola. Por mais que você mostre seu desinteresse, ela VAI te informar sobre todo o desenvolvimento bio-psico-social do filho dela, comparando com o do seu.

Rapidamente, você pensa em alguma desculpa pra se aproximar de seu filho e, consequentemente, se afastar dela. Não adianta, ela vem atrás e tenta forçar uma aproximação entre as crianças. Faz algum elogio à roupa, sapato ou cabelo de seu(ua) pequeno(a). Você novamente sorri educadamente e volta a falar qualquer coisa com sua criança, na esperança de que ela vá embora. Aí é a criança dela que faz alguma coisa, meio irritada com a insistência da mãe numa amizade que não é do interesse do filho, só dela. Normalmente pega um brinquedo, puxa o cabelo, bate, ou pior... Oferece, de forma nada espontânea, alguma comida.

Entregue-se! Porque agora que as crianças são amiguinhas, ela vai começar a perguntar sobre seu parto e por quanto tempo você amamentou. Vai medir sua competência como mãe, questionando os hábitos alimentares de seu filho, o sono, o método da escola que você escolheu... A cauda está radiante, o peito estufado. Não importam quais são suas respostas, as escolhas dela foram TODAS melhores. Mas ela se mostra condescendente e lhe oferece vários conselhos.

Seu parto NÃO foi normal?! Pena que ela não lhe conheceu antes para indicar o melhor obstetra do mundo, que nunca lhe submeteria a tamanha violência! Você amamentou SÓ por esse período? Sério? Estão explicadas as alergias respiratórias de seu filho!

Outros tipos comuns e igualmente irritantes são a mãe complexada ou superprática. A primeira não conseguiu ter parto normal ou amamentar muito tempo, precisou por o filho na escola muito cedo, não consegue fazê-lo dormir a noite toda, nem comer direito. Ela VAI querer saber seus métodos. A segunda acha absurda a ideia do parto normal, não vive sem babá, teve o melhor modelo de babá eletrônica do mundo, ama a Galinha Pintadinha, acha o NAN e papinha pronta as melhores invenções da humanidade, e te olha com a maior estranheza quando você oferece um suco natural ou uma fruta para sua criança.

No fim, você mal viu ou curtiu o pequeno gafanhoto se esbaldando e vai embora exausta. Mas volta, sempre volta!

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