sábado, 17 de maio de 2014

O mar quando quebra na praia, é bonito! É bonito!

Sumi, né? Vou alegar Miguel! Ele é quem tá levando a culpa por meus sumiços, atrasos, preguiça, falta de tempo... Desonerar Alice um pouco, pobrecita!

Aproveitar que estou aqui, às quatro da madrugada, porque ele resolveu sambar na minha barriga, e vou contar a vocês sobre minha aventura na praia em fevereiro último.

Fomos Alice, minha tia Naná (AKA a melhor babá do mundo-salvadora de todas as horas-bota mais essa na conta-o universo é um lugar melhor porque você existe) e eu.

Nota: Me lembrem depois de contar (me gabar) a vocês sobre a tia Naná.

Delícia! Já baixa temporada, praia vazia, apartamento super confortável e de frente pro mar...

Quem me conhece, sabe que sempre fui "low profile". Pra não dizer péssima nos primeiros contatos... Quase antissocial. Traço de personalidade que minha pequena definitivamente não herdou. É praticamente um ímã de pessoas. E madrugadeira. Nunca ensinei, treinei ou forcei... Ela dorme às 20:00 (ish) e acorda às 6:00 (ish). O que, em semana de fim de horário de verão, virou 5:00.

Acordávamos e nem o moço do coco havia chegado. Ficava da varanda vigiando e esperando que ele estacionasse o carrinho, pra ter coragem de ir pra praia com ela. Éramos as primeiras banhistas a cumprir o ritual de montar a barraca, abrir as cadeiras, estender a canga, espalhar os brinquedos...

Cerca de uma hora, uma hora e meia depois, começavam a chegar outras pessoas. Quando Alice já havia feito bolo, castelo, tomado água de coco, nadado umas duas vezes, chegavam outras famílias e suas crianças.

Eu meio Leila Diniz, Alice meio à milanesa, em dia calmo, sem o bizarro grupo que se aglomerava a nossa volta


No primeiro dia, tomei o maior susto! A família chegou, armou a sobrinha ao lado da minha, medindo pra uma sombra emendar na outra, espalhou os brinquedos de sua criança junto aos da Alice, disse para seu pequeno ir brincar com a amiguinha e então me cumprimentaram.

Fiquei olhando e pensando "será que estão me confundindo com alguém conhecido?", "será que me deu amnésia parcial? Quem são essas pessoas tão íntimas? Em que momento Alice fez amizade com esse jovem mancebo e eu nem vi?". Mas então a mãe cuidou de apresentar-se, apresentar sua família e me perguntar meu nome, da Alice... Percebi, aliviada, que aquele devia ser comportamento comum do pitoresco grupo de pessoas.

As crianças dividiram brinquedos, as frutas, nos revezamos para levá-las ao mar. Viramos uma comunidade.

No dia seguinte, ainda não sem meu estranhamento, uma outra família se juntou e viramos um bando. Era tanto baldinho, bichinho de plástico, piscininha, copinho, fruta e, claro, comparações de comportamento e desenvolvimento infantil.

As crianças tinham idades aproximadas e o que mais ouvi das mães foi "como ela fala bem pra idade, né?"... Isso porque meu pequeno "homem da cobra" já orquestrava as brincadeiras, se apropriava da piscina da "amiguinha", chamava o pai de outrem de "Dudu", porque descobrira que se chamava Eduardo, como o seu... Sentia-se completamente à vontade, fosse na areia, fosse na água, com aquele bizarro grupo que se formara e eu ainda me esforçava pra entender como funcionava.

Nunca dei tantas explicações sobre o parto que tive e o que pretendia ter (a barriga de 5 meses já estava bem aparente), sobre amamentação, sobre os hábitos alimentares e de sono da minha filha, sobre o porquê de engravidar naquele momento e como ela estava lidando com a ideia de um irmãozinho, sobre a escolha da escolinha... Fui sabatinada sobre todos os assuntos que concernem à maternagem. Recebi inúmeros conselhos e dicas que não pedi, de mães que se espantavam por eu ir embora da praia às 10:00, se morava tão longe do mar; ou pelo fato de a Alice dormir e acordar tão cedo, não chorar quase nada, comer tão bem, não comer danoninho ou biscoito recheado...

E da varanda, enquanto Alice já se preparava pra um cochilo pós almoço, eu via o grupo sob o sol escaldante do meio-dia, tentando controlar a birra da pequena de boia da Galinha Pintadinha, ou querendo forçar o pobrecito a comer pelo menos um pedacinho de melão. E já no fim da tarde, quando voltava com Alice empolgadíssima e de cara feliz à praia, encontrava com o grupo levantando acampamento. Me olhavam com estranhamento e caras exaustas, porque haviam curtido ao máximo o sol, e eu havia "perdido" boa parte do dia deixando minha faladeira dormir e brincar na piscina, comer na hora certa, desenhar e brincar de massinha na sombra do apartamento.

E ainda não entendiam porque ela quase não fazia birra e estava sempre de cara tão boa, era tão autônoma e alegre, se tinha a mesma idade de seus filhos irritados e manhosos...

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