quinta-feira, 28 de agosto de 2014

O salpicão da vovó e a alimentação das crianças

Se eu for condenada à morte e tiver que escolher uma última refeição, escolho o salpicão da vovó. Ele é totalmente feito em casa - peito de frango cozido e desfiado a mão, cenoura picada e cozida, batata picada e frita. Nada comprado já processado, congelado ou industrializado.

A vovó Elza, agora mais conhecida como vovó Bisa, é bastante conservadora em seus hábitos, DIY de raiz. Acha frango já desfiado e congelado um horror, batata palha de saquinho é o mesmo que isopor, e desconfio que só usa óleo porque banha de porco não é lá muito fácil de se conseguir atualmente.

Enquanto pessoal está numa onda retrô de resgate do vinil, ela nunca o abandonou... Sempre ouviu seus Roberto Carlos, Noel Rosa e os 372 volumes do Aquarela Brasileira, do Emílio Santiago, na boa e velha bolacha, em seu aparelho de som 3 em 1 - rádio, vinil e fita K7 (double deck)!



Vovó Bisa, no entanto, nunca se preocupou muito com o fator saúde, no que diz respeito à alimentação. Já mencionei aqui que ela chegou mesmo a dar iogurte e pururuca à Alice.

Desde que engravidei, passei a cuidar mais da alimentação e a me preocupar mais com o que compro e cozinho, evitando ao máximo os industrializados e, como a vovó Elza, procurando fazer a comida o mais caseira possível.

Adoro cozinhar, embora deteste a preparação para a "feitura" propriamente dita. Não gosto de descascar, picar, lavar... Seria tão bom se tivesse alguém para fazer isso tudo, e ainda acondicionar os alimentos, da maneira mais adequada, já nas porções a serem utilizadas! Só tirar da geladeira e cozinhar. Não comprar picado, como alguns supermercados já oferecem, mas ir lá, escolher, comprar e entregar para alguém "processar" e entregar no ponto de ir para a geladeira ou freezer.

Quando fazia papinha para a Alice, eu fazia esse trabalho uma vez por semana, e ainda cozinhava os tubérculos, deixando-os já amassados, e cozinhava também as carnes. A cada dia, era só escolher uma combinação, de acordo com o que a pediatra orientou: um tubérculo (mais tarde podia ser substituído por arroz ou feijão), uma verdura, um legume, uma carne.

Bem, voltando ao salpicão da vovó Elza... Em que pese ser delicioso, não é exatamente das coisas mais saudáveis. Em sendo um dos meus pratos favoritos, faço-o de vez em quando. Bem raramente, porque ainda prefiro o da vovó que, sempre que peço, prepara pra mim (YAY!).

Para oferecer às crianças, acabei tentando uma versão mais saudável: apenas refoguei a cenoura, deixando-a menos cozida e, a grande vilã, que é a batata frita, preparei no forno, com bem pouco azeite. Piquei como minha avó faz, ferventei, dei um banho de água gelada, espalhei bem em um tabuleiro e pus um pouquinho de azeite. Ficou igualmente crocante! Basta ter o cuidado de sacudir o tabuleiro de vez em quando, para dourar por igual.

Aí está a base:


Basta adicionar os ingredientes que mais lhe agradem - passas, milho, azeitona... Eu gosto de colocar ervas, como salsinha ou manjericão. Para a Alice, sirvo sem molho; mas para nós adultos, acrescento a tradicionalíssima maionese, que tem só 40 calorias a colher. ;)

Não é o da vovó, mas foi aprovado por unanimidade por aqui!

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