quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Vamos falar de política?

Você fala de política com seus filhos? Política é coisa de criança, de adolescente, de estudante, de profissionais, de mãe e pai, de morador de rua... De todo mundo. Não há idade ou condição na vida para começar a se interessar por política. Nunca é cedo demais para inserir seu filho nas conversas sobre o assunto.



Coisa chata é gente que diz não gostar de política. Como se ela fosse coisa apenas de políticos, e só acontecesse dentro das casas legislativas, dos palácios de governo...

A política está no nosso cotidiano. Diz respeito à forma como vivemos, como atuamos no mundo e, claro, o que ensinamos a nossos filhos. Política é assunto SEU, e meu, e de crianças também.

Lembro-me nitidamente de viver com euforia as eleições de 89. Tinha apenas 12 anos, mas percebia que algo grandioso estava acontecendo. Na minha lógica "Atlético x cruzeiro", queria entender a dicotomia Lula x Collor, e quem eram aqueles outros "menos importantes". Me divertia, por exemplo, a musiquinha do Afif (atenção para o risinho "How are you doin'?!" no fim!)... "Juntos chegaremos lá. Fé no Brasil! Com Afif juntos chegaremos lá." Acompanhada da versão em libras!

Tive sorte de ter adultos a minha volta, que valorizavam meu interesse, que tentavam me explicar o significado daquilo tudo e da relevância para nossa vida prática. Claro, meu entendimento ainda era superficial, mas suficiente para sair pelas ruas distribuindo santinhos do Lula, ajudando a fazer e distribuir lanche no comitê, para os voluntários de campanha. Em 94, aos 16, enfrentei 6 horas de fila para fazer meu título e votei com muito entusiasmo.

Para mim, as atuais eleições presidenciais são muito paradigmáticas. Tanto quanto as de 89 - as primeiras diretas após a ditadura, e as de 2002 - que elegeram Lula. Isso porque, pela primeira vez, há dois candidatos que gostaria ver eleitos, ainda que sem chances, e uma que considero, pelo menos, satisfatória. Nunca antes na história deste país!

Igualmente interessante é que os dois partidos que vêm polarizando nas últimas eleições estejam em franco declínio, embora de maneiras distintas: o PSDB perdendo força e credibilidade por falta de proposta clara e resultados objetivos; o PT, origem de boa parte dos candidatos, que vem sofrendo uma espécie de diáspora - políticos com ideologias que não cabem na nova postura do partido e querem se manter mais à esquerda. Dois fenômenos interessantes que, a meu ver, apontam para um bom caminho, uma renovação na política partidária do país.

Nossos filhos, quando puderem votar, seguramente terão diante de si um cenário bastante distinto e, acredito, melhor, mais amadurecido. Cabe a nós apontar o bom caminho, dar o exemplo e mostrar que política não é "coisa chata", alheia a nossa vida e nosso dia-a-dia. Que é responsabilidade de todos e dela depende vivermos bem coletivamente.

Fale de política com seus filhos! Fomente as discussões e o interesse deles pelo assunto. Isso também é educar, cuidar do futuro e construir um mundo melhor.

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